terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Emília Ferreiro - A revolucionária

          Não há como negar, Emília Ferreiro é uma grande mulher e revolucionou a alfabetização no Brasil quando surgiu com a ideia revolucionária de que todo aluno é capaz de aprender e que  aquilo que se pensava a respeito de prontidão nos anos 1970 estava totalmente ultrapassado quando se tratava de alfabetização.
          Pensar que aquele aquele aluno que chega no seu primeiro dia de aula não é uma tábula rasa e que sim ele sabe muito ainda que não saiba ler e escrever continua sendo um ato revolucionário, infelizmente, pois observo com profunda tristeza, que algumas práticas dos anos 1970 ainda sobrevivem aos dias atuais na minha escola, onde crianças, com muita dificuldade, ainda aprendem, apesar da escola.
          Contudo, saber todos os níveis da psicogênese da língua escrita é diagnosticar cada um dos alunos da sala de aula, sabendo bem em qual nível cada um está é continuar com a mesma prática descrita acima realmente não garantirá que o direito de aprender desses alunos seja respeitado. Ou seja, saber a teoria e não colocá-la em prática repensando é refletindo sobre a sua própria prática pedagógica de nada adianta para aquele aluno que chega na escola todo entusiasmado para aprender a ler e escrever.


sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Marhaban

          Na primeira aula de alfabetização a professora propôs uma atividade na qual, sinceramente, senti-me uma analfabeta. Sim uma analfabeta, pois a professora propôs que lêssemos e escrevêssemos em ÁRABE!
          Durante a atividade fiquei totalmente perdida, sem saber o que fazer, para onde correr. Foi então que pensei nos nossos alunos que iniciam no primeiro ano do Ensino Fundamental sem nunca ter folheado um único livro, sem ter escutado uma historinha, o quão perdidos eles ficam naquele universo de 26 letras e infinitas palavras.
          Nessa aula não aprendi um novo método de alfabetização, não anotei uma nova velha ideia de algum pensador, nem tampouco inventei uma atividade de alfabetização mirabolante, nessa aula aprendi, verdadeiramente, a ter mais empatia.