sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Educação de pessoas com necessidades educativas especiais

           Retomamos o nosso semestre de estudos e nesse período teremos como uma das interdisciplinas a "Educação de pessoas com necessidades educativas especiais" e refletindo sobre o que, a priori, a interdisciplina nos leva a pensar, no que se refere a história das pessoas com deficiência eu conhecia apenas algumas leis, tratados e o quanto o preconceito sempre teimou em excluí-las. Quanto ao seu movimento social eu desconhecia muitas das suas lutas tanto que uma das frases que mais me marcou logo no início do vídeo foi a seguinte "Eu era merecedor de caridade, mas não de cidadania".
           Enxergar as pessoas com deficiência enquanto protagonistas da sua própria história, respeitar o seu espaço de fala e ouvir essa fala como estamos fazendo assistindo a esse vídeo é tirar da invisibilidade pessoas que, como qualqer outra, merecem respeito. Um dado importante sobre isso é que a partir do final da década de 1970 começou a haver diferenciação entre o movimento DE deficientes e o de PARA deficientes.
               Outra fala muito importante no vídeo foi sobre a falta de oportunidades que as pessoas com deficiência têm, o que acaba esbarrando na sociedade como um todo, mais especificamente na escola, onde geralmente é o primeiro grupo social fora da família que a criança começa a frequentar. Nesse ponto, o texto aborda a educação inclusiva, trazendo à luz a escola inclusiva e como nós, enquanto comunidade escolar, podemos acolher esse aluno, adaptando o espaço escolar, fazendo com que ele seja a primeira grande oportunidade daquele ser de (r)existir.


Paulo Freire: Presente!

       Nos dias 20 e 21 de agosto que passaram participei do “I Seminário de Educação Popular: crianças, jovens, adultos e o legado de Paulo Freire”, em memória aos 20 anos da morte do nosso grande mestre. O evento foi lindamente organizado por um coletivo de professores das escolas municipais de Porto Alegre situadas na Lomba do Pinheiro e com uma grande organização movimentou um expressivo número de professores em torno de temáticas freirianas, sendo a principal delas a Educação Popular.
        Na noite do dia 20 contamos com a abertura do grupo de música da E.M.E.F. Afonso Guerreiro de Lima que é orquestrado pelo professor Nilson. O repertório é todo lindo e eu, particularmente, destaco a música “O trono de estudar”, pois essa música traz uma temática de Freire bem pontual que é a liberdade, pois ensinar exige liberdade e autoridade.
         Também contamos com um painel “Escola Pública e Educação Popular: desafios urgentes”, com Alexandre Virgínio, Isabela Camini e Monica de La Fare que foi um momento de muita reflexão sobre o atual cenário histórico-político que vivemos onde a educação pública está à mercê daqueles que sabem bem que ela é poderosa.
          No dia 21, sábado, tivemos a abertura de um coral infantil do CPCA com a fala do frei franciscano, logo após fomos para os relatos de experiências. Os relatos foram um momento a parte, foi especial pelo relato que fiz do trabalho sobre jogos e brincadeiras (do qual já falei aqui) juntamente com as minhas colegas paralelas contando um pouco como surgiu o trabalho e quais os frutos que já estávamos colhendo desse trabalho que está fazendo com que os alunos construam mais significativamente os seus conhecimentos.
           Como encerramento do Seminário pudemos desfrutar da fala de uma doutora, a primeira moradora da Lomba do Pinheiro que alcançou o doutorado. Negra, sempre estudando em escola pública e educadora social, fez o relato da sua incrível experiência de vida e de alguns momentos que para mim, na minha posição privilegiada que tenho, devem ser sempre fonte de reflexão sobre racismo e educação popular.
            Cada momento do Seminário serviu como um acalento, um abraço, um novo sopro de esperança em meio a esse mar de lama, sob pressão, salário parcelado e descaso com a educação. Estar com os colegas, trocar olhares, experiências, dores e alegrias fez com que eu recarregasse as minhas energias e retornasse para a escola para ficar e para lutar, por mim e por eles.