quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Cá estou eu novamente

      Cá estou eu novamente, recuperando, tentando, não entregando os pontos. Lutando (sim para mim é uma luta) contra o tempo para dar conta de mim, desse espaço que é só meu, que me pertence e do qual eu não abro mão: a faculdade.
       Ao retomar os meus trabalhos aqui, lendo o texto "Questões sobre o tempo no espaço escolar", deparo-me com um trecho do belíssimo poema de Drummond "Cortar o tempo":

                                                                                      Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,                                                                                                                       a que se deu o nome de ano,                                                                                                                              foi um indivíduo genial.                                                                                                                        Industrializou a esperança,                                                                                               fazendo-a funcionar no limite da exaustão.                                                                                             Doze meses dão para qualquer ser humano                                                                                                                   se cansar e entregar os pontos.                                                                          Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez,                           com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.                                                                                                          
        O tempo é tão emblemático e complexo para nós adultos e nós insistimos em padronizar o tempo das crianças dentro do espaço escolar, fragmentando-o, tornando-o descontínuo. Fazendo com que aqueles que não obedecem àquele tempo estabelecido sejam colocados à margem: da sala de aula, do aprendizado, da sociedade.
       Que eu consiga entender melhor o meu tempo e ter mais empatia com o tempo do outro, não cortando-o em fatias, fazendo com que o milagre da renovação possa acontecer em qualquer momento, acreditando sempre que o diferente pode começar aqui e agora.



terça-feira, 20 de setembro de 2016

Tabela do tempo

     No final do mês de agosto retomamos as nossas atividades na Pead e junto com a retomada veio comigo o sentimento de culpa por ter perdido um semestre. Não sei como foi a minha avaliação final, mas da minha auto-avaliação sei muito bem. Contudo, em vez de chorar o leite derramado por mais um semestre resolvi mudar a minha atitude frente ao curso e colocá-lo no seu devido lugar na minha vida: como prioridade.
       Diante disso, a minha primeira atitude foi retomar a minha tabela do tempo e reorganizar esse meu bem precioso, o tempo, para que as prioridades da minha vida pessoal e profissional possam habitar os mesmos espaços sem que nenhuma saia perdendo.
       Assim o fiz. Voltei para o pbworks e retomei cada item naquela tabela e além disso já me organizei melhor fazendo uso de aplicativos (Blogger, Google Drive) no meu smartphone para que de fato eu cumpra com o que me comprometi ao elaborar a minha tabela de tempo.
        Sendo assim, espero chegar no final do semestre orgulhosa de mim mesma e satisfeita com o meu desempenho e aprendizagens na Pead.


quinta-feira, 11 de agosto de 2016

PEAD é resistência



       No início do mês de julho entrou em contato comigo a jornalista Rossana, pois, segundo ela, eu havia sido indicada para conversar um pouco sobre a experiência de estar estudando na PEAD.
        Primeiramente fiquei lisonjeada pela indicação e em seguida veio aquela angústia: "Será que eu conseguiria passar a ideia para a jornalista do que esse curso é e significa para mim e para minha família?". Claro que depois veio aquele sentimento de que eu não poderia contar dessa experiência sem mencionar a minha mãe que em 2011 formou-se nesse mesmo curso e que no seu blog contou um pouco sobre esse grande desafio para si própria e a sua carreira.
        Conversei com a Rossana em mais alguns momentos, minha mãe também contou da sua experiência na PEAD, tiramos fotos e no dia 19 de julho foi publicado um especial no jornal Diário Gaúcho sobre os cursos a distância, no qual estava publicada a síntese das nossas conversas.

        Foi uma imensa honra poder divulgar esse curso, que transformou a vida da minha mãe, e com certeza já está transformando a minha, e todo o meu encantamento e respeito que tenho por ele e por todos os profissionais da educação que o pensam e o fazem, pois realizá-lo é com certeza resistir. Resistir àqueles que dizem que a interdisciplinaridade não é possível, resistir àqueles que dizem que no curso a distância não se aprende, resistir àqueles que não veem esse mundo virtual como um mundo de aprendizado possível. Para todos esses e para tantos outros, somos a resistência.



terça-feira, 9 de agosto de 2016

Workshop de Avaliação, uma meta reflexão?

        Na segunda semana de agosto retornamos às nossas atividades e em grande estilo: com a apresentação da nossa síntese reflexiva do terceiro semestre, o Workshop de Avaliação.
        Como sempre, esse momento de síntese rende boas reflexões desde a redação, passando pela montagem da apresentação e a própria apresentação.
         Redigir a síntese não é nada simples, é retomar conceitos de todo o semestre, fazendo um paralelo com a minha prática de sala de aula, sem deixar de lançar  o olhar sobre a minha vida pessoal e o meu crescimento em relação ao outro semestre.
           Montar a apresentação da síntese faz com que eu olhe para a síntese com outros olhos, faz com que eu reflita sobre as minhas reflexões, ampliando os sentidos da síntese reflexiva, permitindo-me uma meta-reflexão.
          Sendo assim, o trabalho final é um dos trabalhos mais completos, pois retoma todo o semestre fazendo com que se possa ir além dos conceitos construídos.

domingo, 17 de julho de 2016

Projeto de Aprendizagem: o desafio está lançado

     Nesse semestre iniciamos um trabalho grande ou melhor dizendo, um grande trabalho na interdisciplina do Seminário Integrador, o Projeto de Aprendizagem, o qual iniciamos na plataforma PBWorks (http://diversidades.pbworks.com/w/page/108363121/FrontPage).
     Desde o começo o trabalho mexeu com todxs nós no grupo: comigo, com a Melissa, a Nayara, o Anderson e a Giovana . Tudo sempre foi muito discutido e nada ia adiante se alguém não estava de acordo. Acredito que começamos com o pé direito, pois esse é o verdadeiro espírito do trabalho em grupo.
      Com certeza esse vai ser o trabalho mais desafiador para o próximo (ou próximos) semestre. Que junto com o grande desafio venha um grande aprendizado.




Finalizando

      Mais um final de semestre... Mais um semestre desafiador e de muitos aprendizados. Em cada interdisciplina aprendi um pouco mais, algumas inclusive fizeram eu mudar alguns paradigmas.
       Na interdisciplina de Música descobri outras possibilidades de trabalhar com a música em sala de aula explorando mais o corpo; em Libras fui desafiada a falar em outra língua e ainda mais, com o meu próprio corpo; Ludicidade fez eu rever os meus conceitos sobre o brincar e Literatura derrubou um preconceito meu quanto aos clássicos da literatura infantil.
        Minhas dificuldades em realizar as atividades foram grandes nesse semestre e os motivos foram inúmeros, novamente fica a resolução de final de semestre de organizar melhor o meu tempo, para isso, postarei aqui a minha tabela de tempo durante o perído de recesso para que já comecemos com o pé direito o próximo semestre. Eu preciso fazer as pazes com o tempo!


Chapeuzinho

      Início a postagem com uma frase incrível da Ana Maria Machado que li em um dos materiais da interdisciplina de Literatura: "Clássico não é livro antigo e fora de moda. É livro eterno que não sai de moda". Eu, que adoro trabalhar com os alunos alguns clássicos, nesse ano, já trabalhei "Chapeuzinho Vermelho" e "Alice no País das Maravilhas", com o meu primeiro e com o meu quarto ano, respectivamente.
        Acredito que o clássico por si só já envolve o aluno por causa da história e o aproxima da contação porque geralmente aquele aluno já ouviu em algum lugar aquela história, mesmo os do primeiro ano.
        Aliado a isso, está o leque de possibilidades de se trabalhar com os clássicos. Tomo como exemplo o trabalho que realizei com os meus pequenos com o livro "Chapeuzinho Vermelho", onde buscamos diferentes versões para a história e ao final do trabalho produzimos coletivamente a nossa própria versão de Chapeuzinho Vermelho. Escolhemos a cor que a nossa Chapeuzinho teria através de uma democrática votação e a partir de então escrevemos uma linda história sobre ela. Depois cada um ilustrou a história da sua maneira. Eles adoraram!


Literatura e gênero

        As questões de gênero na literatura infantil por muito tempo não foram vistas, nem tampouco discutidas. O que é um grande absurdo, pois se é na infância que se inicia a construção da identidade de gênero, todas as meninas terão como exemplo as princesas e o ideal de mulher construído nos clássicos?
         Acredito que não é o caso de não lermos mais os clássicos infantis, mas de problematizarmos quetionando o beijo que não foi consentido e foi dado, se é necessário ter um príncipe para ter um final feliz ou então que o ideal de beleza é a princesa x.
          A Disney (que não é boba), tem divulgado nos seus canais um vídeo intitulado "Sou princesa, sou real" (https://www.youtube.com/watch?v=fAOjPGwXgjE), no qual mostra que não é por ser menina que se pode menos. Os seus filmes também vão ao encontro dessa proposta, como "Valente", por exemplo, no qual a protagonista não se encaixa em nenhum estereótipo feminino.
          Na nossa literatura contemporânea há inúmeros livros que trazem as questões de gênero bem marcadas por questionamentos muito pertinentes ao assunto, como é o caso da obra "Olívia não quer ser princesa", onde uma porquinha questiona por que todas as pessoas tem que se vestir igual, por que todas meninas teriam que se vestir como princesas, e a partir disso questiona outras questões.



Falando em Libras

       Em recuperação na interdisciplina de Libras, o último trabalho que devo postar é um vídeo falando em Libras. Não posso negar que esse vai ser o maior desafio do curso.
       Gosto de desafio, tentarei fazer o melhor. Libras, além de ser uma língua de sinais é também cultura.
        Depois posto o resultado aqui!

Musicando

      Estreitei mais os laços com a música no início do ano um pouco antes de retornarmos das férias, pois quando o meu filho estranhava algum lugar e engatava o choro a única coisa que o acalmava era eu cantar para ele.
      Outro momento com a música foi quando ao final da minha licença maternidade fui chamada na prefeitura de Porto Alegre e fui locada na escola Heitor Villa Lobos a qual tem um trabalho lindo de inclusão social com a música. Abaixo há um trecho do documentário sobre a Orquestra Villa Lobos e a comunidade onde leciono.
     Sendo assim, interdisciplina de Música veio para brindar esse momento ampliando meus horizontes a respeito da música na escola, considerando a ideia de ler uma partitura, mesmo sem saber ler uma única nota musical.



Mudança de paradigma

     No início da minha carreira profissional trabalhei em uma escola de educação infantil. Peguei os alunos do berçário ao jardim. Adorava as crianças, mas dava agonia a hora do planejamento. O que fazer com aquelas crianças? Quais atividades?
       Na época, eu estava finalizando o Curso Normal e ingressando na faculdade de Matemática e apesar do meu curso médio habilitar-me para o trabalho com a educação infantil eu me sentia muito perdida. Parecia que para a minha aula acontecer eu tinha que encher as crianças de atividades. Mas como fazer com os pequenos do berçário? Fazer o que com eles?
        Por esse motivo nunca gostei de educação infantil, sempre preferi os maiores. Contudo, a partir das leituras que venho fazendo na interdisciplina de Ludicidade sobre o brincar e a sua importância para o desenvolvimento das crianças descobri que eu não sabia nada sobre criança e que eu perdi tempo dando atividade de folha para o jardim.  Garanto, que eles teriam aprendido muito mais se tivéssemos ido para o pátio brincar.
          Essa é mais uma mudança significativa de de paradigma que o curso de Pedagogia está proporcionando para mim, para a minha vida profissional. Meus alunos agradecem!


Atenção! Professora em desconstrução

        Pela primeira vez no curso inicio o meu processo de desconstrução do que pensava a respeito de clássicos da literatura infantil e a interdisciplina de Literatura ao trazer o crítico inglês Coleridge como referência para trabalhar esse assunto abriu a minha cabeça.
         Sim, eu já mudei final de livro porque achei o final muito agressivo para as crianças. Sempre ignorei a ideia de que se eu aceitava que o lobo falava, mantinha diálogo com a Chapeuzinho e se passava pela vovó, por que não contava o verdadeiro final da história para as crianças? Afinal, tudo isso "significa de modo diferente".
          Coleridge usou uma expressão que encaixa perfeitamente nesse contexto que é a "suspensão da descrença". Uma espécie de pacto que autoriza toda a ação da história e dá a ela um significado poético.
          Contudo, mesmo recebendo o meu atestado de ignorância, hoje recebo a chave da minha cela e liberto a minha mente. Nunca mais vou amenizar a história por achar que ela não pode ser contada às crianças por ser muito forte.     



sábado, 16 de julho de 2016

É hora do conto!

      Ao realizar mais uma atividade de Literatura foi inevitável pensar nos livros que já li e que gosto de ler para os meus pequenos (alunos e filho) e no encantamento deles na hora do conto.
       Sempre fiz e continuo fazendo uma triagem do que ler para as crianças, mas era tudo muito baseado no instinto e sei que devo ter falhado em algumas escolhas, mas na interdisciplina que estamos tendo agora, aonde conversamos melhor sobre literatura infantil, percebi o quanto é importante esse meu olhar mais atento àquilo que lerei para os meus pequenos, pois estou formando não só autores, mas cidadãos para esse mundão virado que aí posto.
        Toda essa importância que é dada à escolha da obra justifica-se no encantamento das crianças na hora do conto. Assumi no início de abril um quarto ano muito agitado, mas que era eu iniciar a leitura de uma história que magicamente todos ficavam em silêncio. Lógico que as histórias nunca mais faltaram as nossas aulas! E esse momento é sempre tão bom!
         Outro momento que me encanta é a hora da história com o meu filho. Contar história para ele faz parte do ritual da hora de dormir e ele adora! Fica sentado entre as minhas pernas escutando atentamente o que eu lhe conto, prestando atenção na troca de página, nas figuras, enfim, envolvido com aquele a hora do conto.
          Sendo assim, levando em consideração esses dois relatos que fiz, a interdisciplina de Literatura está contribuindo para que eu possa quem sabe formar leitores mais conscientes.

Sim, o tempo é relativo

         E nessa última semana do semestre, entre um trabalho e outro cá estou... inventando tempo no meio da minha rotina de mãe.
         Não consegui fugir da recuperação, mas acho que foi mais por falta de organização de meu tempo do que por falta dele. É difícil seguir a tabela do tempo com o João, mas é possível criar mecanismos dentro dela para que eu consiga dar conta dos trabalhos.
          Sendo assim, teimosa que sou, sigo aqui na correria para terminar tudinho a tempo e refletindo a respeito do tempo. Sábio Einstein que dizia que ele é relativo...

Quem afinal está surdo?

      O vídeo de Libras da atividade 3 me tirou do eixo. Desequilibrou-me totalmente! A minha reação inicial foi rir (de nervosa, lógico) da situação. Em seguida, fiquei achando que eu era muito ignorante a respeito daquilo e que jamais conseguiria ler o diálogo deles. Foram momentos tensos.
       Passado o primeiro impacto, fui tentar buscar material além do vídeo, explorar melhor àquilo que as professoras já tinham dado acesso e aos poucos, mas bem aos poucos, fui entendendo o diálogo. Que felicidade! Não consegui entender tudo, mas de certa maneira eu já estava comunicando-me de alguma maneira com aquelas pessoas. Eu não estava mais só.
         Após essa atividade, fomos convidadas a assistir a um vídeo intitulado "E se todos fossem surdos
          É necessária muita resistência e luta, ainda nos dias de hoje, para que os direitos dos surdos sejam respeitados, para que a sua cultura não se torne invisível e a sua identidade seja reconhecida. Precisamos de mais empatia para que essa luta seja de todos e para que haja mais igualdade.
" o qual ilustra perfeitamente o momento que relatei acima. Nesse vídeo, todas as pessoas são surdas e a única ouvinte sente-se totalmente perdida em meio ao silêncio e a falta de empatia das pessoas. Mas o que é o vídeo senão a realidade dos surdos nessa nossa sociedade surda?

terça-feira, 5 de julho de 2016

Inércia

         Inércia define o meu momento: parece que não ato nem desato, não vou nem fico, estou no chove não molha e isso tem incomodado-me demais.
         Hoje venho aqui desabafar para retornar de vez... Verbalizar as dificuldades pode ser que me ajude a retornar de vez porque a vontade de desistir é grande, mas acho que a teimosia em ficar é ainda maior.
       Não quero fazer desta postagem um poço de lamúrias, mas um lugar onde eu possa me abrir e sair desse momento, fazendo uma auto-avaliação para não cometer os mesmos erros no próximo semestre.
        Um filho pequeno que demanda muita atenção, uma casa para tocar e um trabalho novo que tem sugado as minhas energias fazem parte dessa história. Não posso terceirizar a minha culpa, mas não posso deixar de considerar que ser mãe, mulher, professora é estudante tem exigido muito de mim. Mas seguiremos.
       

terça-feira, 31 de maio de 2016

O corpo fala

        
     A primeira aula presencial da interdiscipina de Música foi cheia de som e movimento, já a primeira aula de Libras foi feita de muito silêncio, mas quem disse que sem movimento?
       Tanto uma quanto a outra interdisciplina são feitas de muito movimento, o som, ou a falta dele, diferencia estas duas interdisciplinas, mas o corpo e a sua expressão as une.
        Sei um pouquinho de Libras e outro pouquinho de música, mas estou na expectativa de aprender mais com ambas interdisciplinas, as quais sinto que são as mais desafiadoras para mim nesse semestre.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Ver e Olhar: Uma breve reflexão sobre a minha sala de aula

        Ao finalizar a atividade sobre o ver e o olhar, foi inevitável pensar no meu retorno à sala de aula na semana que passou, onde no dia 05 de abril iniciei o meu trabalho na prefeitura de Porto Alegre lecionando para alunos do 4º numa escola na Lomba do Pinheiro.
        Como todo começo, esse também foi cheio de expectativas. Peguei o bonde andando, afinal eles iniciaram as aulas no dia 29 de fevereiro e ainda tento me ajeitar com o andar dele. Contudo já pude ver e olhar muita coisa na turma.
        A primeira impressão ao ver a turma foi de choque porque os alunos são extremamente agressivos entre eles, a turma é conversadeira e muito agitada. Porém, ao decorrer da semana, pude olhar melhor para a turma e perceber que aquela agitação toda poderia ser devido ao maior número de meninos e que a agressividade poderia estar ligada a isso e ao fato de algumas daquelas crianças terem uma história de vida carregada de sofrimento.
       Refletindo sobre essa relação que construí entre a atividade e a minha sala de aula, percebi que ver todos vemos, mas que o olhar é essencial para tocar uma sala de aula, sem ele o aluno vira apenas mais um número, uma estatítica, um depósito de informações.



domingo, 27 de março de 2016

Portfólio de Aprendizagem - Uma eterna reflexão

         Na nossa última aula do Seminário Integrador, em certa atividade, fomos levadas a refletir a respeito de postagens no blog, o nosso Portfólio de Aprendizagem. Inevitavelmente, cada uma de nós olhou para as suas próprias postagens, naquilo que já havia acertado ou que ainda precisava melhorar.
           Eu mesma, refleti melhor sobre as minhas próprias postagens e no poder argumentativo delas a partir dessa aula e das atividades propostas pelo S. I., tanto presencialmente quanto a distância. Para ilustrar melhor o que seria argumentar, as professoras trouxeram o autor Weston (2009), o qual definiu argumentar: "[...] apresentar um conjunto de razões ou provas que fundamentam uma conclusão.". E realmente foi inevitável pensar na fragilidade de algumas das minhas postagens, na falta de uma argumentação consistente, embasada teoricamente e/ou mais conectada com a minha realidade na escola.
          Levando em consideração tudo o que foi pensado e retomado, dá até uma vontade de refazer as postagens mais antigas, mas como a própria professora Rosane falou, essas postagens mostrarão o nosso crescimento e aprendizado argumentativo e só mostram o poder do blog, o nosso Portfólio de Aprendizagem, pois, se a aprendizagem é um processo contínuo, uma construção, uma eterna equlibração/desequilibração, nada mais justo que o blog seja o nosso companheiro nos nossos escritos, acertos e tropeços.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Eu interdisciplino, tu interdisciplinas, ele interdisciplina

       

     A charge acima ilustra bem o que muitos alunos vivenciam, seja nos primeiros anos do ensino fundamental, onde algumas professoras teimam em separar os cadernos por disciplina, nos últimos anos desse mesmo nível de ensino, no ensino médio ou até mesmo na faculdade. O ensino tradicional insiste em fragmentar o conhecimento, divide o mesmo em caixinhas e construir relações entre o que está sendo estudado é praticamente impossível, logo reconhecer algum significado naquele conhecimento é extremamente difícil.
      Acredito eu que reconhecer a importância da interdisciplinaridade é o primeiro passo para tornar a aprendizagem do aluno mais significativa e esse início de semestre está gerando muitas expectativas em mim, a começar pelas interdisciplinas, as quais já de largada percebe-se que são afins só pelo nome de cada uma: Língua Brasileira de Sinais - Libras, Literatura Infanto-juvenil e Aprendizagem, Artes Visuais e Educação, Música na Escola, Ludicidade e Educação.
     Desde o início do curso notei a clara preocupação dos professores em "interdisciplinar"  os conhecimentos, reunindo num mesmo semestre assuntos que se cruzavam em algum momento. Contudo, eu percebia essa interdisciplinaridade durante o semestre, nas leituras e reflexões que fazíamos, não como agora que as interdisciplinas estão dentro de uma mesma área.
     Ter essa percepção e ver essa interdisciplinaridade acontecendo é ter a certeza de que estou no lugar certo e a alegria de saber que esse vai ser mais um semestre de significativos aprendizados. Espero responder à altura e enriquecer cada vez mais a minha prática pedagógica, crescendo pessoalmente e profissionalmente, oportunizando aos meus alunos um ensino de verdadeira qualidade.

Fim de semestre

        E no dia 09 de março eu, junto a outras colegas do curso, finalizamos o nosso semestre apresentando o trabalho final do semestre que foi proposto pelo Seminário Integrador II. Assim como no semestre passado, esse momento foi muito rico em aprendizado, pois foi um momento de troca, onde cada uma de nós deu a sua versão do semestre. Apresentamos os nossos aprendizados e o que foi mais significativo conforme as nossas experiências e práticas pedagógicas.
             Para mim, a apresentação sempre é um momento intenso: ao mesmo tempo que eu fico muito tensa em ter que apresentar todo o semestre em 10 minutos é uma alegria imensa que toma conta de mim porque naquele instante eu poderei contar as aprendizagens que foram mais significativas para mim, falar um pouco das minhas dificuldades e do quão importante todas as leituras e reflexões foram relevantes para o meu crescimento profissional, levando-me a refletir sobre a minha prática pedagógica.
            Esse semestre que passou, no qual fiquei em recuperação devido a licença maternidade, além de ter sido de muito aprendizado, foi de grande superação, pois segui firme no meu propósito de, apesar de estar vivendo a maternidade e dedicar-me muito ao meu filho, não desistir dos meus projetos pessoais e dos meus sonhos. 
             Que o João Vicente possa ter orgulho dessa mãe teimosa no futuro.



sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Por uma infância menos "soft"

       Na aula 6 de Infâncias, estudamos um pouco sobre a infância soft é como é a representação dessas crianças na mídia: loiras, de olhos azuis e brancas. Elas que ilustram comerciais e são a cara da maciça maioria dos brinquedos.
       No último dia 04 de janeiro, uma imagem que vai de encontro a essa de infância soft correu o mundo: um menino negro foi fotografado ao lado de um boneco negro, personagem da saga Star Wars. A mãe que fez o registro, conseguiu capturar a alegria daquela criança em ver-se representada ali naquele boneco. Agora era não era mais invisível.
        Mas quantas crianças ainda estão na invisibilidade? Quando uma foto assim deixará de ser notícia isolada para ser uma realidade de todos? Na verdade, infância soft só existe nas propagandas.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Uma pausa para o café


         Agora são 4h 08min e cá estou eu depois de uma bela xícara de café. O meu pequeno dorme e nesse momento, onde as mamadas diminuem e ele não requer a minha atenção exclusiva consigo dedicar o meu tempo às minhas leituras, reflexões e produções.
        Ainda hoje ouvi: "Tu não precisa disso, vai dormir e descansar". Sim, realmente não preciso de um canudo, já "tenho" uma faculdade. O que preciso, desesperadamente, é ler, pensar sobre... sobre a minha profissão, sobre os meus alunos, sobre a sua infância, sobre mim. 
        Cada texto é uma nova janela aberta, a cada nova janela aberta há uma nova descoberta, as vezes empolgante, outras nem tanto. Espero somente que eu nunca perca essa sede de descobrir e que nesse ano que já começou cheio eu possa continuar me enchendo ainda mais de conhecimento.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

A máquina de fabricar gente

         O texto "Maquinaria Escolar" que lemos na interdisciplina de Escolarização descreve o início da escola e o que isso implicou. Como a infância era vista nas classes populares foi uma das mudanças que esse momento trouxe, afinal se a escola tinha aberto as portas para essas crianças, elas precisavam, no mínimo, parar de trabalhar e começar a frequentar outros lugares que não os bares junto com os adultos.
          Apesar de acolher essas crianças, essa escola não era nada acolhedora. Essa maquinaria escolar estava a serviço da burguesia e servia aos seus interesses tendo como finalidade formar empregados obedientes, domesticá-los desde cedo. Essa escola lembra muito aquela reproduzida no clipe da música "Another Brick In The Wall" (Pink Floyd): uma fábrica que fabricava crianças obedientes a larga escala.
           Mas entre essa maquinaria escolar e a nossa escola nos dias de hoje há alguma distância? Esta escola que aí está posta não pretende domesticar também? Ela tem feito nossos alunos pensar? Afinal, ela está servindo aos interesses de quem?

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Por uma infância livre de consumismo

          Ao realizar a atividade da Interdisciplina de Infâncias analisando uma mídia e a sua influência nas crianças escrevi um pouco sobre reality's show infantis, tais como The Voice Kids e MasterChef Jr, refletindo um pouco sobre como a infância é ali representada. Mas além da grade de programação das emissoras de televisão que pintam a infância como lhes convêm, há também a publicidade infantil que dita regras dentro de muitos lares.
        Segundo pesquisas, as crianças brasileiras assistem em média 5h30min de televisão diariamente, sendo expostas a todo e qualquer tipo de publicidade, desde o que comer até o que vestir. Fazendo uma analogia ao filme "Tempos Modernos" de Charlie Chaplin, nos tempos pós-modernos temos crianças sendo produzidas em larga escala pela mídea e consumo (MOMO,  ), onde há um ideal de infância no qual nem todas as crianças estão representadas.
         Ainda que se saiba o tamanho dos efeitos nocivos da publicidade infantil, sendo a obesidade um deles, não há regulação alguma nessa publicidade. É uma terra sem lei, onde tudo pode, onde o que vale é apenas o consumo, onde o ter sobressai-se, e muito, ao ser.


terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Emília Ferreiro - A revolucionária

          Não há como negar, Emília Ferreiro é uma grande mulher e revolucionou a alfabetização no Brasil quando surgiu com a ideia revolucionária de que todo aluno é capaz de aprender e que  aquilo que se pensava a respeito de prontidão nos anos 1970 estava totalmente ultrapassado quando se tratava de alfabetização.
          Pensar que aquele aquele aluno que chega no seu primeiro dia de aula não é uma tábula rasa e que sim ele sabe muito ainda que não saiba ler e escrever continua sendo um ato revolucionário, infelizmente, pois observo com profunda tristeza, que algumas práticas dos anos 1970 ainda sobrevivem aos dias atuais na minha escola, onde crianças, com muita dificuldade, ainda aprendem, apesar da escola.
          Contudo, saber todos os níveis da psicogênese da língua escrita é diagnosticar cada um dos alunos da sala de aula, sabendo bem em qual nível cada um está é continuar com a mesma prática descrita acima realmente não garantirá que o direito de aprender desses alunos seja respeitado. Ou seja, saber a teoria e não colocá-la em prática repensando é refletindo sobre a sua própria prática pedagógica de nada adianta para aquele aluno que chega na escola todo entusiasmado para aprender a ler e escrever.


sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Marhaban

          Na primeira aula de alfabetização a professora propôs uma atividade na qual, sinceramente, senti-me uma analfabeta. Sim uma analfabeta, pois a professora propôs que lêssemos e escrevêssemos em ÁRABE!
          Durante a atividade fiquei totalmente perdida, sem saber o que fazer, para onde correr. Foi então que pensei nos nossos alunos que iniciam no primeiro ano do Ensino Fundamental sem nunca ter folheado um único livro, sem ter escutado uma historinha, o quão perdidos eles ficam naquele universo de 26 letras e infinitas palavras.
          Nessa aula não aprendi um novo método de alfabetização, não anotei uma nova velha ideia de algum pensador, nem tampouco inventei uma atividade de alfabetização mirabolante, nessa aula aprendi, verdadeiramente, a ter mais empatia.