A sala de aula, desde sempre, foi um lugar de encontro entre culturas, contudo, ultimamente tem-se cruzado um verdadeiro embate, um choque de cultura quando o assunto é tecnologia: de um lado os defensores da cultura analógica, do outro aqueles que defendem a cultura digital. Cada qual com seus argumentos, com suas necessidades. Geralmente, nessa polarização, professores ficam na lá atrás e alunos muito à frente. Mas e como ensinar em meio a esse choque de cultura? Talvez primeiramente poderíamos refletir a respeito desse novo sujeito, coo nos convida a fazer Schlemmer (2006):
Poderíamos pensar que estamos presenciando o surgimento de um novo sujeito da aprendizagem, o “nativo digital”, pelo fato de ter nascido nesse mundo altamente “tecnologizado”, em rede, dinâmico, rico em possibilidades de informação, comunicação e interação? É evidente para quem convive com os “nativos digitais” perceber a forma diferenciada com que se comunicam e se relacionam com a informação. Eles têm outra forma de ser e estar no mundo, de conviver com as Tecnologias Digitais – TDs, fazendo emergir o que Castells (1999) denomina de “cultura da virtualidade 7 real ”. Vivendo nesse mesmo mundo, mas muitas vezes se sentindo desconfortável com essa “invasão tecnológica”, estamos nós, “imigrantes digitais”, tardiamente apresentados, introduzidos, ou de certa forma, “obrigados” a conviver com as TDs. Isso explica o motivo pelo qual muitos de nós ainda apresentam uma forma um tanto quanto enviesada de se relacionar com esses meios, o que é facilmente evidenciado quando e-mails e textos são impressos para serem lidos, ou, após serem encaminhados, liga-se para saber se o sujeito recebeu. Isso faz com que pareçamos estrangeiros em nosso próprio mundo, como alguém que tenta falar a “língua digital”, mas com um forte sotaque analógico. (p.02-03)
Contudo, porém, entretanto, não basta apenas pensar que basta colocar esses "nativos digitais" dentro de uma sala de informática para jogar alguma coisa no computador e passar o tempo. Pensar em tecnologia da informação é pensar para além disso é pensá-la para:
o desenvolvimento da autonomia , da autoridade , da cooperação , do respeito mútuo e da solidariedade interna; para desenvolver competências; para ajudar a compreender como aprendemos, a partir de reflexões sobre o próprio processo de aprender ao utilizar as tecnologias – metacognição. Essa forma de perceber o uso das TDs é viabilizada por meio da criação de projetos de aprendizagem que priorizem a interdisciplinaridade; da proposição de casos, desafios e da construção de soluções individuais e coletivas; da constituição de redes de comunicação, de interação e de aprendizagem; da formação de comunidades virtuais. (SCHLEMMER, p.05)Desta maneira, torna-se necessário refletirmos sobre essa formação do professor para que possamos cada vez mais nos sentirmos em casa com o uso da tecnologia em sala de aula, integrando-as às atividades e dando sentido ao seu uso.
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