sábado, 2 de dezembro de 2017

Dias de luta

      Para a interdisciplina de Questões Étnico Raciais na Educação nos foi proposto que produzíssemos um vídeo sobre alguma questão que nos fosse sensível a respeito dos temas propostos pelas professoras.
             Nossa colega Naiara, que já trabalhou um tempo no abrigo, fez o relato para o nosso pequeno grupo sobre a história de uma menina que morava no abrigo e conheceu no tempo que la trabalhou. Uma história de verdadeira superação, na qual uma menina de 15 anos, apesar de tudo o que já tinha vivido, sem os pais, morando com outras crianças e adolescentes, sem um lar próprio e nem família, lutava dia após dia para ter um futuro melhor.
            Gravamos na Orla do Guaíba e a cada conversa informal com a menina mais encantada eu ficava com ela, mais eu pensava nas histórias de superação dos meus alunos e em como eu poderia desconhecer muitas realidades deles.

domingo, 19 de novembro de 2017

Jogando com a cultura afro e a indígena

     Nesse semestre eu e os meus alunos de A20 (2º ano) nos envolvemos num projeto de aprendizagem sobre cartinhas e a partir disso conversamos bastante sobre outros tipos de jogos e brincadeiras.
        Inevitavelmente passamos pela cultura afro e também pela indígena, as quais ambas têm o lúdico muito presente. 
         A brincadeira indígena escolhida foi "O rastro da cobra sucuri" (de etnia maioruna) e foi um divertimento em sala de aula! As crianças não queriam parar de brincar e continuaram a pedir por ela ainda dias depois. Realmente gostaram. De origem afro, escolhemos um jogo Shisima, o qual as crianças fizeram relação direta com o jogo da velha.





terça-feira, 19 de setembro de 2017

Projeto de Aprendizagem: Brincando e Jogando com as cartinhas

         No semestre passado, relatei aqui no blog como foi o Projeto de Aprendizagem que desenvolvi junto aos meus alunos em uma turma de B10 (4º ano) sobre tecnologia e jogos digitais (linkar). Ao mesmo tempo eu havia iniciado um P.A., muito despretensiosamente, com os meus alunos de A20 (2º ano). Que estão em processo de alfabetização. (pesquisar sobre PA e alfabetização)
        Sendo assim, iniciamos o trabalho conversando um pouco sobre o que eles gostariam de aprender e cada um desenhou a respeito. Debatemos sobre qual assunto fora mais comum para toda a turma e então sugeri que bolássemos uma pergunta para aquele assunto, o que eles mais gostariam de saber sobre.
          Após os desenhos surgiu o assunto das cartinhas e então uma menina veio com nossa pergunta chefe da pesquisa: "Por que meninos e meninas gostam tanto de jogar cartinha?”. A partir de então levantamos juntos algumas certezas provisórias e dúvidas temporárias e partimos para o trabalho.


 









          A partir de agora, vamos avançar na pesquisa para que possamos produzir mais história, construir novos conhecimentos, ampliando as nossas possibilidades de leitura do mundo que como já disse Freire (1981) antecede a leitura da palavra.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Workshop de Avaliação - Eixo V

          O Workshop de Avaliação é sempre um momento de reencontro com as escritas
do semestre, de conversa com aqueles conhecimentos que foram mais significativos
nesse período de tempo e de olhar para dentro de mim e perceber o que tudo isso
possibilitou, transformou.
        Revisitar o portfólio para reencontrar um relato sobre aquele texto que provocou um despertar, um diálogo que aconteceu em sala de aula e surpreendeu ou uma foto de um momento em sala que me remeteu a um trecho de algum texto uma das interdisciplinas, sempre promove mais algumas reflexões. Permitir esse reencontro de maneira profunda como o Workshop faz é promover uma grande meta-reflexão.
           Contudo, essa meta-reflexão só é possível de acontecer se fazemos com que as
interdisciplinas conversem entre si, se chamarmos todas para uma reflexão, para um
momento de colocá-las frente à frente fazendo com que seus conceitos tenham um bom diálogo. No nosso curso isso nunca foi uma tarefa muito laboriosa de se executar, pois cada semestre é pensado de maneira que os conceitos sejam interligados e possamos facilmente relacioná-las, construindo assim um conhecimento significativo.
           Toda essa caminhada, essa retomada, essa conversa, além de promover uma
aprendizagem muito rica e realmente significativa, é sempre capaz de fazer com que
meu olhar volte para mim, para as minhas práticas, para o meu fazer pedagógico.
Olhando para trás, posso dizer que, sem sombra de dúvidas, não sou mais a mesma profissional a cada fim de semestre e é isso que me motiva a continuar, isso me move para frente, faz com que eu aguarde ansiosamente por saber quais são as
interdisciplinas que nos aguardam no próximo semestre.

domingo, 16 de julho de 2017

Senta que lá vem mais história

     E chegamos a mais um final de semestre. Entre mortos e feridos, salvaram-se todos.
     Foi mais um semestre de muito aprendizado e parceria.
     Mais um semestre de se virar como dá pra resolver a equação trabalho+filho doente+ leituras-horas de sono.
     Rumo a mais um semestre.

Que qualidade na Educação queremos?

       "Pensar a qualidade social da educação implica assegurar um processo pedagógico pautado pela eficiência, eficácia e efetividade social, de modo a contribuir com a melhoria da aprendizagem dos educandos, em articulação à melhoria das condições de vida e de formação da população. A busca por melhoria da qualidade da educação exige medidas não só no campo do ingresso e da permanência, mas requer ações que possam reverter a situação de baixa qualidade da aprendizagem na educação básica, o que pressupõe, por um lado, identificar os condicionantes da política de gestão e, por outro, refletir sobre a construção de estratégias de mudança do quadro atual. O conceito de qualidade, nessa perspectiva, não pode ser reduzido a rendimento escolar, nem tomado como referência para o estabelecimento de mero ranking entre as instituições de ensino. Assim, uma educação com qualidade social é caracterizada por um conjunto de fatores intra e extra-escolares que se referem às condições de vida dos alunos e de suas famílias, ao seu contexto social, cultural e econômico e à própria escola – professores, diretores, projeto pedagógico, recursos, instalações, estrutura organizacional, ambiente escolar e relações intersubjetivas no cotidiano escolar." DOURADO, Luiz Fernandes, in  Educ. Soc., Campinas, vol. 28, n. 100 - Especial, p. 921-946, out. 2007.
             A afirmação de Dourado e principalmente esse trecho vem ao encontro daquilo que tem acontecido na rede municipal de ensino de Porto Alegre: o prefeito e secretário de educação auxiliados pela grande mídia, têm desestruturado e muito questionado a rede baseados em índices que indicam que os nossos alunos não sabem nada, ou quase nada, de português e matemática, colocando em xeque a nossa rotina escolar, as nossas reuniões pedagógicas e indicando que talvez grande parte desses problemas aconteça devido a escolha da equipe diretiva se dar atualmente de forma democrática através de eleições que são realizadas na escola com ampla participação da comunidade escolar.
            Segundo os gestores, as escolas municipais têm uma das melhores infraestruturas, ou seja, os aspectos intra-escolares como as salas de informática, por exemplo, estão em ótimo e pleno funcionamento. Contudo, não é isso que acontece nas duas escolas que leciono, pois em nenhuma delas o Laboratório de Informática está com todos os seus computadores funcionando, aliás, em uma das escolas, justamente na que eu me propus realizar o Projeto de Aprendizagem, apenas 3 (três!) computadores estão funcionando.
            Ainda segundo relatório apresentado recentemente pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), as nossas escolas municipais de Porto Alegre ficam em zonas bem localizadas não sofrendo com os fatores extraescolares, o que é não é verdade, vide o que têm acontecido na escola Pessoa de Brum, que só no último mês sofreu com quatro episódios de tiroteio enquanto os alunos estavam em aula, causando pânico e tumulto. No ano passado, em uma das escolas que trabalho, quase no final do turno da manhã, ocorreu uma perseguição policial nos arredores da escola o que fez com que os alunos não pudessem ter aula no turno da tarde. Sem contar nas situações precárias de moradia que muitos alunos vivem.

            Esses fatores, tanto os internos quanto os externos, causam impactos na aprendizagem dos alunos, mas nossos atuais gestores preferem fechar os olhos para eles, assim como fechar os olhos para o maior projeto da Escola Heitor Villa Lobos: a orquestra! O qual é tocado com maestria pela professora Cecília e que precisa muito que os fatores intraescolares lhe deem condições de levar adiante o projeto e que apesar da dificuldade que os fatores extraescolares apresentam é capaz de, ao menos aos poucos, modificar o futuro daquelas crianças que participam da orquestra. Mas só com apoio daqueles que gerem a escola (o qual é irrestrito na nossa escola, no Villa) e da Mantenedora, que não pode dar destaque apenas ao português e matemática, é que poderemos, como Dourado nos trouxe “Pensar a qualidade social da educação” a qual, como ele mesmo diz “implica assegurar um processo pedagógico pautado pela eficiência, eficácia e efetividade social, de modo a contribuir com a melhoria da aprendizagem dos educandos”.

sábado, 15 de julho de 2017

Reflexões

     Vivemos tempos difíceis para os sonhadores, para todos aqueles professores, que assim como eu, querem um mundo melhor, onde a educação, que é direito de todos, seja de qualidade e realmente para todos, onde, reconhecendo a função social dela possamos fazer de cada aula um ato político, pois, como já dizia Paulo Freire, não há neutralidade na educação.
        Estando consciente dos tempos em que vivemos, lendo o texto "Políticas públicas e gestão da educação em tempos de redefinição do papel do Estado" e acompanhando o nosso momento político tanto no âmbito federal, quanto no estadual e no municipal, o que notamos é que a educação caminha para o lado totalmente contrário, vide a atual situação da nossa educação na rede municipal de Porto Alegre, que passa por uma crise terrível, como bem escreveu Juremir Machado em seu texto Aprender com o erro: "Estamos vivendo a pedagogia do retrocesso".
      Desde o início do seu mandato, o prefeito de Porto Alegre, senhor Nelson Marchezan, espalha aos quatro ventos que a prefeitura está em crise, assim como no Plano de Reforma do Estado, o prefeito decretou a falência do município. As suas estratégias são muito parecidas com o plano anteriormente citado e o maior vilão das conta públicas são os funcionários públicos, principalmente nós professores e as políticas sociais, tal e qual Peroni já anunciava em 2008 que aconteceu com o nosso país e deu o pontapé inicial no Plano de Reforma nos idos de 2000
      Assim como no âmbito federal, o prefeito de Porto Alegre tem pressionado para colocar em votação o seu pacotaço e desde o dia 21 de fevereiro, ele, juntamente com o seu secretário de educação, vem golpeando a gestão democrática, princípio constitucional, dentro das escolas da rede, desmontando o currículo, negando o diálogo com a comunidade escolar argumentando que há uma grande crise nas contas da prefeitura e embasado no relatório do TCE (Tribunal de CONTAS do Estado) que cita em seu texto que a forma como os diretores são escolhidos nas escolas, através de eleição, é um dos fatores que compromete a qualidade do ensino fundamental.
      Se um tribunal que fiscaliza as contas públicas dá conta de que o ensino em uma rede não vai bem há alguma coisa de errado. A que, ou a quem, servem os interesses do TCE? Da sociedade civil ou do mercado? Da eficiência e eficácia da Educação como se essa estivesse acontecesse em regiões nobres da cidade onde tudo funciona? Como se a maioria das escolas não estivesse localizada em zonas periféricas da cidade? Tentando medir a qualidade na educação como se essa estivesse lidando com máquinas, desconsiderando inúmeros outros fatores?    
      A partir disso surge a questão principal: e a função social da escola fica onde? E o direito à educação àqueles que historicamente ficaram fora? É pela educação popular, tendo consciência da função social das nossas escolas, pensando naquele aluno de periferia que vive em zonas de extrema vulnerabilidade social e acreditando que é com a gestão democrática que construiremos uma escola de todos e para todos que nós professores da rede municipal de Porto Alegre seguimos na pesada e árdua luta por uma educação de qualidade, é acreditando que se pode, apesar de temer, fazer do nosso país um lugar melhor de se viver que seguiremos tomando as ruas.
        

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Sobre o Projeto de Aprendizagem

       Ao retomar o trabalho que desenvolvi na minha turma muitas reflexões vêm à tona: primeiramente a insegurança em realizar um trabalho no qual os alunos seriam essencialmente os protagonistas do aprendizado, segundo como desenvolver esse tipo de trabalho se eu precisava de internet para que os meus alunos pudessem realizar as pesquisas e por último, mas não menos importante, como nós conseguiríamos realizar um mapa conceitual interligando todos aqueles conceitos.
            Logo de início, já deixo claro que eu me surpreendi muito positivamente com os meus alunos, os quais muitas vezes eu subestimei e que se mostraram extremamente atentos, inteligentes, críticos e facilmente ocuparam o lugar que sempre lhes coube, o de protagonistas do aprendizado. Muito se fala nesse protagonismo do aluno, contudo, colocá-lo realmente à frente do processo de aprendizagem nem sempre acontece em sala de aula e falo por mim que a insegurança em realizar um trabalho que te desloca como professor, que te desequilibra realmente mexe conosco, inclusive com a questão da identidade e caso não consigamos nos colocar no papel de professor reflexivo capazes de promover mudança através dessa ação, será mais complicado lançar mão de velhas práticas e abraçar essa nova proposta de trabalho.
            Uma das grandes fragilidades que percebi ao decorrer do trabalho foi a questão da logística, de como fazer para realizar a pesquisa, uma etapa importante do trabalho, pois na minha escola o Laboratório de Informática conta com apenas três computadores em funcionamento e levar uma turma com quase trinta alunos para aquele lugar deveria contar com um bom planejamento e foi isso que fizemos: quando tínhamos que pesquisar, nós organizávamos o trabalho na sala de aula antes e então íamos todos juntos para a Informática onde enquanto alguns grupos de alunos utilizavam os computadores disponíveis, outro realizava conversas ou produzia escritos referentes ao projeto. Dessa maneira, acabamos encontrando um caminho para superar essa dificuldade, mas que nem assim pode ser passada em branco, pois é uma grande fragilidade na realização desse tipo de trabalho e requer um esforço extra de todos os envolvidos.



            Outro aspecto importante do trabalho foi a construção do mapa conceitual, foi na produção do nosso primeiro que os alunos expressaram as frases mais contundentes em relação ao trabalho: “Parece um grande cérebro.”, disse uma aluna, “Uma coisa tá ligada na outra.”, falou outra menina. Naquele momento eu percebi que todo o trabalho estava valendo a pena, foi naquele momento que percebi o quanto era importante e que o aquilo que muitas vezes eu mesma fiz, de linkar um conhecimento ao outro, os meus alunos, autonomamente fizeram. Ali deu-se uma rica construção do conhecimento muito bem embasada e cheia de significados. Aliás, ressignificamos o conceito de tecnologia e o aproximamos da nossa realidade.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

LDBEN

Concordo plenamente com essa fala de Jamil Cury, que nos traz que "Mexer na LDBEN é abrir o campo para novos retrocessos", pois a mesma justifica-se pelo atual momento político que estamos passando, com um presidente interino golpista, que faz a frente de uma ideologia totalmente a favor do mercado, que está em um partido que sempre teve lado, o seu próprio lado, que sempre usou de pactos para chegar ao poder e fazer a manutenção desse.
Essa fala justifica-se também porque o próprio Cury nos traz que a "Educação é um campo de disputas", através dela podemos construir uma nação a longo prazo, por meio dela podemos cegar uma nação, fazer com que ela não pense, apenas trabalhe.
Justifica-se também porque quando a LDBEN nasceu havia apoio do poder Legislativo, agora imaginemos o nosso Legislativo, palco de alguns shows de horrores como a votação do golpe, composto majoritariamente por homens brancos, cheios de privilégios, um congresso vendido e extremamente conservador.
Sendo assim, realmente é impossível abrir esse campo para mexer na LDBEN porque só teremos retrocesso. É muito importante que nós professores, tenhamos acesso a LDBEN, pois ela é fundamental para nos garantir os direitos e os respaldos que precisamos. 
Chega de retrocesso na educação e #foratemer! 

domingo, 9 de julho de 2017

Sou Villa

        No início do ano passado passei por um grande desafio na minha vida profissional: dar um novo recomeço na minha carreira em uma nova rede de ensino, a rede municipal de Porto Alegre. Apesar de já ter oito anos de experiência como professora, assumir esse concurso, ir lecionar na periferia de Porto Alegre e dar de cara com a realidade muito sofrida da maioria da minha turma do ano passado foi tenso, muito tenso e desafiador, eu tive que me redescobrir como professora, revisitar a minha identidade, o que não foi um processo nada fácil.
        Contudo, em meio a tanta dificuldade, eu encontrei uma equipe diretiva que me acolheu,  uma equipe pedagógica que me orientou e colegas que me deram apoio para continuar, que o caminho, por mais difícil que fosse eu conseguiria trilhar, o que mais me motivou a seguir firme e forte e continuar nesse ano na mesma escola muito feliz com as minhas escolhas foi um ambiente onde eu pertenço, onde eu faço parte das escolhas, onde eu tenho voz, foi uma gestão democrática que abre espaço para eu crescer profissionalmente.
           Muitas vezes, quando estamos em escolas onde não há esse espaço de fala, podemos até não perceber, mas não há um sentimento de pertencimento àquela escola, àquele ambiente, o que é de extrema importância para que possamos fazer a diferença naquele lugar, na vida daquelas pessoas, envolvendo-se de fato com elas. Sinto-me muito envolvida com o Villa, sou Villa.

Será?


      E fica o questionamento: quais são as nossas expectativas quanto aos nossos alunos? Será que a Educação Infantil, na "obrigação" de entregar uma avaliação semestral não acaba cobrando demais dos pequenos? Será que estamos deixando que essas crianças sejam apenas crianças?

sábado, 8 de julho de 2017

"Pra que Grêmio Estudantil?"

         A frase que dá título a essa postagem muito escutei há algum tempo atrás quando estive atuando na equipe diretiva de uma escola. A diretora não via necessidade de dar voz àqueles alunos, não queria intervenção deles. Ai se reclamassem: erguia a voz e esbravejava.
       O que víamos como resultado era uma escola cada vez mais depredada, alunos desmotivados, inclusive com a própria formatura. Eu e mais uma colega da equipe pedagógica tentávamos abrir essa possibilidade, mas éramos barradas pela diretora por ela não concordar com o projeto de dar voz aos alunos.
...é necessário criar condições concretas para que essa participação ocorra de fato, para que a classe trabalhadora tenha condições de se apropriar da escola e que a escola, por sua vez, se esforce para democratizar o saber sem que isso lhe seja imposto, para que todos tenham condições de intervir com segurança e autonomia (Galina).
        Sendo assim, as condições supracitadas não aconteciam, nem no Conselho Escolar, onde as reuniões eram no horário em que os pais estavam, em sua maioria trabalhando, nem tampouco na proposta de se criar um Grêmio Estudantil, pois esse não era visto com bons olhos pela diretora e por alguns colegas que inclusive achavam que eu e essa outra colega-parceira escutávamos demais as queixas dos alunos.
         Sabíamos que não era um caminho fácil e nem com uma receita pronta, mas tínhamos certeza que uma escola só se constrói se isso passar pelas mãos de todos.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Escrevendo O PPP a muitas mãos

     Poucos documento são tão importantes dentro de uma escola quanto Projeto Político Pedagógico, contudo, a importância desse documento é proporcional ao esquecimento desse, seja nas nossas formações ou nas nossas tomadas de decisão.
      A construção dessa escola democrática é relativamente nova, sendo assim, como nos trazem as autoras Maria Beatriz Gomes e Mariângela Bairros
Talvez isso explique parte da resistência que ainda se observa em nossas escolas, quando os quadros docentes e demais segmentos da comunidade escolar são chamados para participarem do processo de formulação da/o PPP e do regimento escolar. Daí, a importância de dar destaque a esses dois instrumentos e de considerá-los espaços/tempos para a construção de uma escola pública democrática. 
       Desta maneira, da mesma forma que é preciso dar mais espaço e visibilidade para o Conselho Escolar, também é de extrema importância fazer isso com o Projeto Político Pedagógico, pois só assim construiremos uma escola de todos e para todos.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Conselho Escolar: Para quê? Para quem?

          Pude vivenciar de perto e frequentar algumas reuniões do Conselho Escolar de uma escola em trabalhei há algum tempo atrás e a lógica lá implantada era triste: o único motivo de existência do conselho era para dar validade às compras da escola. O presidente do Conselho, apenas servia para assinar os cheques.
        Tais práticas  estavam instauradas há algum tempo e muito me incomodavam, pois via-se aqueles pais, alunos e funcionários sem voz num espaço que seria para ampliar a sua fala e de representatividade.
          Hoje, ao ler sobre os textos sobre Conselho Escolar percebo que muitas coisas ainda seguem distorcidas nesse espaço e que por esse motivo, o poder público não leva em consideração esse espaço de fala tão importante. Talvez, se nós mesmos, professores, largássemos mão de deter todo o poder dentro da escola e realmente déssemos mais poder ao Conselho Escolar, esse pudesse ganhar mais força e visibilidade, garantindo mais direitos para a nossa comunidade escolar.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Metarefletindo

   Uma das propostas de atividade do Seminário Integrador nesse semestre foi revisitar os nossos portfólios de aprendizagem: os blog's! A proposta foi que, em duplas, cada uma pudesse visitar e fazer uma breve análise das postagens que foram realizadas no primeiro e segundo semestre do curso, tanto das suas quanto as da colega.
   Formei dupla com a minha querida colega Naiara e claramente pude observar, tanto nas postagens dela quanto nas minhas (e essa análise foi acordada entre nós duas) que ambas crescemos muito em relação ao que postamos e como postamos. Além da própria escrita ter evoluído a qualidade no conteúdo das postagens também aumentou.
   Particularmente, parece que tenho me deslocado do lugar que vinha ocupando até aqui, reconhecido-me como escritora, assim como Trece (2003, p.15) nos traz que "O escritor seria aquele que bascula: que sai da posição de escriba ou de escrevedor para ocupar uma outra relação com aquilo que escreve, permitindo se arriscar: traçar o papel, deixando marcas derramadas[...]". 
    Desta maneira, reconheço a importância do que escrevo e a responsabilidade que tenho ao vir até aqui e promover um pouco de reflexão, seja para mim ou para outrém. Não consigo mais vir até aqui sem ter algo realmente relevante a comunicar. Guardei os desabafos para as conversas informais com as colegas do curso de PEAD e decidi fazer deste espaço um lugar essencialmente de reflexão, a qual precisa fugir dos achismos e encontrar argumentação e embasamento teórico o suficiente para que eu possa qualificar e até transformar a minha prática docente.


Tecendo saberes

    E no dia 31 de maio, na nossa aula presencial, encerramos um ciclo na interdisciplina de Psicologia da Vida Adulta, o qual teve início com a proposta de trabalho das professoras Luciane e Tânia que consistia em, após as leituras iniciais, escolhermos um tema dentro da vida adulta que nos chamasse atenção, causasse inquietude ou apenas curiosidade, levantando um problema e as certezas temporárias e as dúvidas provisórias a respeito dele.
    O nosso grupo, formado por mim e pelas colegas: Ana Paula, Melissa, Natália e Naiara escolheu "Frustração" já que depois de algumas conversas concluímos que chegamos num ponto da vida que as vezes parece que seremos engolidas por elas, seja na vida pessoal ou profissional. Desta maneira, após aberto um fórum no moodle, postamos as nossas pesquisas referentes ao tema, tecendo o trabalho, fazendo as ideias conversarem entre si e convergirem num mesmo ponto.
    Ao chegarmos ao final do processo que se deu ontem e olharmos para trás, podemos observar que construímos muito (auto) conhecimento ao decorrer dessa interdisciplina, inclusive, para além da pesquisa, podemos destacar o modo que o trabalho se deu: de forma colaborativa. Para elucidar tal aprendizagem, REAL(2011, p.05) nos traz que
A caminhada realizada até aqui nos possibilitou tratar de duas questões importantes na perspectiva da aprendizagem. A primeira delas é que o aprender está relacionado à produção de si, a uma relação identidária, que não é individual, pois se forja em um coletivo, mas que tem uma marca singular, por se configurar de acordo com as experiências vividas. Outra idéia importante é que o aprender também transforma o outro (o mundo) pelo potencial problematizador que instaura. 
    Sendo assim, mesmo sabendo que não é fácil construir um trabalho colaborativo, muito devido a nossa cultura individualista que foi moldada com tanto esforço nas escolas da vida, tecer um trabalho a dez mãos, como foi o nosso, de forma colaborativa, possibilitou a nós outras aprendizagens mais, as quais pode-se dizer que foram realmente significativas, construídas, onde o olhar que o outro lançava sobre a minha pesquisa pôde me levar mais longe seja na argumentação ou no pensar sobre. O que fica é a vontade ainda maior de dar seguimento ao Projeto de Aprendizagem proposto na interdisciplina de Projeto Pedagógico em Ação dentro das turmas para que elas também possam ir além, voar mais alto, construir cada conhecimento com real significado e em colaboração.



terça-feira, 23 de maio de 2017

Justo eu...

     Neste semestre a interdisciplina de Projeto Pedagógico em Ação, propôs que desenvolvessemos em nossas salas de aula Projetos de Aprendizagem. Para isso, a interdisciplina lançou uma proposta metodológica de trabalho onde primeiramente formaríamos um grupo (eu, Melissa, Naiara e Natália) para que então lêssemos a respeito dos métodos globalizados para que pudéssemos apropriar-nos das teorias com a finalidade de nos encontrarmos teoricamente dentro da nossa metodologia de trabalho que cada uma desenvolveria em sala de aula. 
    O nosso grupo então criou um blog para que nele pudéssemos registrar a nossa caminhada trocando experiências daquilo que estávamos produzindo em sala de aula com nossos alunos. Então cada uma de nós, dentro da sua turma deu início ao trabalho: o Projeto de Aprendizagem. Desde o início do trabalho acreditei muito na proposta pois assim como Hernández (1998, p.19) também acredito que "os problemas que lhes interessam e as preocupações que têm em suas vidas não encontram resposta num currículo acadêmico, fragmentado e organizado por matérias disciplinares", contudo, confesso que desde o começo não levava muita fé no trabalho com os alunos. Achava que eles não estariam maduros para a proposta, que a turma iria se dispersar demais, enfim... Mas, precisava seguir e seguimos.
      Como minha turma está muito ligada ao jogo Minecraft, o nosso trabalho girou basicamente em torno de tecnologia e jogos digitais, e foi então que surgiram as perguntas:

1) Por que o Minecraft é quadrado?
2) Para que serve o videogame?
3) Jogos violentos influenciam de alguma maneira?
4) A tecnologia ajuda as crianças a aprenderem?
5) O jogo Minecraft é uma tecnologia?
6) Os jogos digitais tem alguma inportância na nossa vida?

      A partir delas, dividi a turma em grupos de interesses e foi então que cada grupo fez o primeiro quadro de dúvidas e certezas para darmos início a primeira etapa da pesquisa:


                  

 


      Em   uma próxima aula, depois de darmos início à pesquisa, montamos, coletivamente, o nosso primeiro mapa conceitual:

      
   Sinceramente, eu fiquei realmente emocionada, entusiasmada e tudo o mais com a produção do nosso mapa! Não imaginava que pudéssemos ir tão longe! E as reflexões deles sobre o mapa? Sensacionais! Confiram o que os próprios alunos falaram a respeito da produção do mapa: Camille (que colaborou duas vezes!), Maria Clara, Natália e Cibelly.
     Desde o início do trabalho eu subestimei o conhecimento dos meus alunos e a capacidade deles em realizar o trabalho, justo eu, a professora que busca ser mais reflexiva, justo eu que acho que considero os conhecimentos trazidos pelos meus alunos, justo eu, a seguidora de Paulo Freire. Pois bem, ainda tenho uma longa caminhada para me fazer reflexiva. Que bom que comecei a dar os primeiros passos.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

"Je pense, donc je suis"

    Muito se fala sobre ser um professor reflexivo, na importância de sermos reflexivos na nossa prática docente, afinal, está na moda apropriar-se desse termo para definir certo tipo de professor. Mas que tipo de professor seria esse tal de professor-reflexivo? No que consiste isso?
    Como qualquer outro conceito, se não houver consciência o conceito esvazia-se e esse professor reflexivo coisifica-se, perde a sua identidade, tal e qual como concepções tecnocráticas ditam que aconteça e "porque não queremos tornar-nos coisas, mas seres autônomos, estamos aqui..." (ALARCÃO, 1996). Sendo assim, não podemos deixar que o conceito de professor-reflexivo esvazie-se para que saibamos para onde caminhamos com a nossa reflexão.
     Desta maneira a famosa frase de René Descartes "Penso, logo existo" cabe muito bem a esta reflexão, pois somos quando pensamos: somos mais autônomos, somos mais capazes de modificar a nossa realidade, somos mais capazes de refletir sobre a reflexão e a nós professores, a responsabilidade de reflexão é ainda maior pelo fato dos nosso alunos estarem em processo de "autonomização" (ALARCÃO,1996)  e porque
... o conceito de professor reflexivo não se esgota no imediato da sua acção docente. Ser professor implica saber quem sou, as razões pelas quais faço o que faço e conciencializar-me do lugar que ocupo na sociedade. Numa perspectiva de promoção do estatuto da profissão docente, os professores têm de ser agentes activos do seu próprio desenvolvimento e do funcionamento das escolas como organização ao serviço do grande projecto social que é a formação dos educandos.
       Contudo, o refletir dentro da sala de aula não cabe somente a nós professores, os alunos também precisam ser reflexivos para existirem e não serem postos à margem do conhecimento. Quanto maior for a capacidade do nosso aluno ser reflexivo, maior será a sua autonomia, a sua consciência sobre o objeto a ser aprendido.
        Sabemos que esse processo de mudança não é fácil por inúmeros motivos e a frase "Mas sempre foi assim" é um dos entraves. Porém, se eu colocar-me na condição de alienação, sem refletir sobre, o que é uma escolha que cabe a cada um, devo estar ciente que serei menos autônoma, logo mais dependente, prestes a me tornar uma coisa.


 

terça-feira, 28 de março de 2017

1, 2, 3... AÇÃO!

      Amanhã, dia 29 de março, retomamos as nossas atividades presencias no curso de Pedagogia a distância, mas como bom curso que é, as atividades a distância começaram antes: já temos fórum para participar e leituras a fazer.
    Ao navegar pelas postagens recentemente feitas pelas professoras e tutoras/tutor, abri a apresentação da primeira aula presencial da interdisciplina de Projeto Pedagógico em Ação, na qual logo de cara identifiquei algumas falas minhas do Workshop de Avaliação, onde frisei a importância de sermos professores-pesquisadores.
       Contudo, chamou a minha atenção e com certeza iremos aprofundar essa discussão nas nossas aulas a distância ou presencias um novo elemento: a AÇÃO. E sim! Não basta só pesquisar, é preciso retomar essa pesquisa e fazer dela ativa nas nossas salas de aula para que ela não fique mofando nos livros.
        Estou muito empolgada com essa retomada! Bora construir mais conhecimento!
      

quarta-feira, 1 de março de 2017

Passeio - Linha de Turismo Porto Alegre

      No dia 30 de novembro de 2016 realizei com os meus alunos de B10 um passeio com a Linha Turismo de Porto Alegre pela rota Centro Histórico.
        Foi um passeio incrível que fez parte de um processo onde discutíamos sobre a Porto Alegre que queríamos ter.

       Quanto encantamento vi nos olhos daquelas crianças pela nossa cidade. Todos nós redescobrimos ela!


Classificação e Seriação - Sugestão de Atividade

     Dois dos conceitos mais triviais e importantes na Matemática são a Classificação e Seriação. Tais conceitos começam a ser desenvolvidos desde a Educação Infantil e são de extrema importância inclusive para outras áreas do conhecimento (Ciências, por exemplo).
     Os professores da interdisciplina de Matemática propuseram que criássemos uma atividade envolvendo classificação e seriação, foi então que inventei a atividade abaixo.
      Partindo do conceito de classificação, os alunos deveriam classificar o que era letra e o que era número e após seriar, tanto as letras quanto os números.
      Já realizei essa atividade com os alunos do 1º ano e é sempre um sucesso. Primeiro porque é um computador e o seu teclado e tudo que envolve algo do cotidiano deles chama atenção; segundo porque tais conceitos são bem simples às crianças e geralmente, elas chegam na escola muito letradas, distinguindo o que é letra do que é número.

Sobre o ver, o olhar e o pertencer

      Segundo Tiburi o olhar tem um sentido mais físico, enquanto “para ver é preciso pensar”, sendo assim, a foto abaixo da parede da sala de aula pichada, pois procurei não só olhar, mas também ver o que está por trás de tal expressão. 
      Ao meu ver, a pichação é um grito, um pedido de ajuda, a única forma daquele aluno mostrar o seu pertencimento àquele ambiente tão impessoal como uma sala de aula, onde não há um único cartaz da sua turma e numa escola em que há pouco espaço, seja ele físico ou não, que pertença realmente ao aluno. 
      A violência em forma de depredação é uma resposta a esse sistema que insiste em fazer calar e que, de maneira velada e violenta exclui o nosso aluno do espaço escolar.

Matematicando

    O PEAD é sempre um lugar de conjugar o verbo interdisciplinar. Conjugamos esse verbo desde o primeiro semestre e no que passou não foi diferente. Novamente as interdisciplinas cruzaram os caminhos e fizeram alguns assuntos tornarem-se comuns a mais de uma.
    Em meio a interdisciplinaridade do curso, destaco a Matemática, pois essa grande ciência exata que muitas vezes é vista como a mais temida e difícil, ficando muito distante de tudo e todos, foi colocada lado a lado com a interdisciplina de Ciências e a de Estudos Sociais quando conversamos sobre classificação e relações topológicas, respectivamente.
    A interdisciplina de Matemática é uma das mais importantes do curso de Pedagogia, pois ao mesmo tempo que ela vem para ampliar os nossos conhecimentos ela vem também para derrubar alguns mitos a respeito dela. Nós só formaremos alunos alfabetizados matematicamente se nós mesmas o forem, tendo conhecimento dos principais conceitos dessa área.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

O ensinar e as suas exigências

      Acho que por ser muito curiosa sempre fui uma apaixonada por Ciências. Lembro-me de ler o livro de Ciências na 6ª série e ficar boquiaberta ao ler cada curiosidade que aparecia ao final dos capítulos. Nesse mesmo ano, ganhei um certificado do professor dessa disciplina como aluna destaque. Como aquilo foi empolgante!
        Enfim... Estou trazendo esse pequeno recorte da minha vida escolar para destacar o quanto a curiosidade nos move e como a Ciência pode ser importante nesse processo. Ao frequentar as aulas presencias dessa interdisciplina logo me lembrei da curiosidade e de como ela nos move, afinal, como já dizia Paulo Freire, "ensinar exige curiosidade".
           A frase escrita por Paulo Freire no seu livro Pedagogia da Autonomia coloca em xeque a curiosidade vista somente pelo viés do aprender, mas a coloca também no cenário do ensinar, pois todo bom professor ao se colocar na condição de pesquisador é um curioso nato. Está sempre em busca de respostas, embora nem sempre as encontre. Ensinar exige tanto de nós, mas a curiosidade é fundamental para que possamos ver com mais leveza a nossa caminhada.

PA - A mulher no mercado de trabalho

         Durante o processo de construção do Projeto de Aprendizagem, o qual tem como pergunta central "O que influencia as mulheres na escolha da sua profissão?", constatamos algumas coisas muito interessantes a respeito do nosso universo feminino e o que os cerca em se tratando de mercado de trabalho.
             Primeiramente precisamos definir o que ou quem é o mercado de trabalho para situar melhor o leitor para as nossas análises posteriores. O mercado de trabalho é um homem branco, que tem pouco menos de 30 anos, que segue a cartilha do capital e que dita as regras quando o assunto é emprego.
           Sendo assim, nós mulheres, já saímos em desvantagem porque o tal mercado de trabalho nunca nos vê como pessoas suficientemente capacitadas para exercer cargos de alta chefia, para ganhar bons salários ou largarmos o fogão e o tanque das nossas casas. Logo, o que vemos são mulheres que, por mais capacitadas que sejam, ganham menos que homens da sua mesma faixa etária e ainda chegam em casa e têm um turno extra de trabalho não remunerado.
              Acredito que o nosso trabalho é extremamente válido , pois, no mínimo, fomenta essa discussão que se faz tão necessária nos dias de hoje para minimizarmos esse abismo que há entre homens e mulheres dentro do Mercado de Trabalho.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Pensando matematicamente

     Em uma das nossas aulas presenciais, o professor propôs um desafio com cartas para que nós resolvessemos em conjunto. Cada uma de nós três pensou numa possibilidade e em como poderíamos colocar aquelas cartas em ordem. Ponderando o que cada uma dizia, ao final da atividade, chegamos a um consenso e descobrimos que estávamos no caminho certo. Poderia não ser o mesmo caminho trilhado pelas colegas, mas ainda assim era um caminho.
     A matemática tem muito disso: apesar dela ser uma ciência exata, a partir do momento que tu te apropria dela, pensando matematicamente, pode pensar em inúmeros caminhos para se chegar a uma resposta correta sem que nenhum daqueles caminhos esteja errado.
    Contudo, a dona Matemática, por ainda meter medo em muita gente, acaba reduzida a uma única maneira de pensar, elitizando o seu conhecimento, as vezes, fazendo com que meninas se sintam menos capazes que meninos de pensar matemática. 
    Para que essa realidade mude, é de suma importância que nós alfabetizemos matematicamente os nossos alunos desde a Educação Infantil, porém, para que para isso ocorra, é necessário um movimento dos professores em direção à Matemática, construindo os caminhos que mais lhe cabem, mas que lá adiante possam chegar ao principal resultado: desmistificar essa grande ciência.

Aula presencial - História

   O nosso mundo na Pedagogia a distância é praticamente todo virtual, assim como os nossos encontros, as nossas atividades, conversas, trocas de saberes e discussões. Mas é sempre muito bom estar com as colegas e os colegas, ouvir de pertinho as professoras a respeito daquele texto e na nossa aula presencial de história que aconteceu no final de outubro não foi diferente.
    Conversamos sobre o conceito que os pequenos têm da história, sobre o que também é história para nós e como podemos trabalhá-la em sala de aula (as professoras trouxeram um texto com algumas propostas).
     A partir das conversas e discussões, montamos atividades que fossem possíveis de se colocar em prática com os alunos. Como eu estava trabalhano com os meus alunos a respeito da energia elétrica, logo lembrei da lâmpada, da sua invenção e como esse objeto evoluiu, inclusive no quesito sustentabilidade, e como ainda é imprescindível em nossas vidas. Sendo assim, mais adiante em sala de aula, mostrei aos alunos algumas imagens de diferentes lâmpadas ao longo dos tempos e propus a eles que colocássemos em ordem cronológica todas elas. O que rendeu importantes discussões a respeito do tempo, espaço, materias, enfim, sobre a história desse objeto.